Insights de mercado

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Um novo ETF global chega ao Brasil

Para os investidores com contas em corretoras que dão acesso ao mercado global, a sigla talvez já seja familiar: VWRA. Gerido pela Vanguard e custodiado na Europa, esse é o ETF de referência do novo lançamento da Investo aqui no Brasil, o VWRA11, que oferece exposição ao mercado global de ações.

Fonte: Investo

O novo fundo é mais um exemplo de como o mercado local tem buscado popularizar os ETFs fazendo uma “passagem pela Europa”. O VWRA é um UCITS, ou seja, um ETF que segue a regulamentação dos fundos negociados em bolsa da União Europeia.

Para o investidor, a principal diferença está nos dividendos dos ativos que compõem o índice: além de serem ETFs de reinvestimento de ganhos (diferentes dos americanos, onde o padrão é distribuir o dividendo ao cotista), a tributação dos ganhos é menor: 15% para os europeus contra 30% nos americanos.

No universo das corretoras, os UCITS (também chamados de ETFs irlandeses por terem custódia na Irlanda) têm sido a nova aposta da Avenue. Entre as gestoras, a Investo chega ao seu segundo ETF que busca replicar um fundo europeu, depois de lançar o GPUS11 em maio junto ao Grupo Primo.

O índice do VWRA11 acumula alta de quase 180% desde sua criação, em 2019, contra 37,8% do Ibovespa no mesmo período, segundo a apuração do Infomoney.

VWRA11 vs. WRLD11

Acessar a economia global por meio de um só ETF tem como objetivo principal a criação de uma base neutra em um portfólio, uma vez que a exposição a ações de diferentes regiões mitiga os riscos geográficos, como crises locais e mudanças na política monetária deste ou daquele país.

Mas uma opção na B3 para fazer isso já existe: o WRLD11, da própria Investo, que conta com mais de R$ 700 milhões sob gestão. Então, para além da estrutura tributária interna, quais as diferenças entre os dois ETFs?

Dados: Investo

Apesar de contar com uma carteira maior, o WRLD11 possui praticamente a mesma distribuição geográfica e conta com as mesmas ações liderando o peso do índice: Nvidia, Microsoft, Apple, Amazon e Meta, fazendo com que os benchmarks apresentem retornos muito próximos. A taxa global de ambos é a mesma: 0,30% ao ano.

Cuidado com a superexposição…

Antes de encerrarmos o tema, vale refletir sobre como ETFs de exposição global possuem uma fatia considerável de sua carteira em empresas dos EUA e costumam ter os maiores pesos em ações de big techs.

Como muitos investidores já possuem ETFs que acompanham o S&P 500 em seu portfólio, vale entender se mais um produto que se expõe à mesma geografia faz sentido para você.

Estratégias assim já são comuns fora do Brasil: o MSCI ex-USA é um índice de ações que acompanha 22 mercados desenvolvidos, mas não inclui empresas americanas. A mesma filosofia está por trás do FTSE All-World ex-US, índice que o ETF americano VEU, da Vanguard, acompanha.

Será que alguma gestora brasileira está de olho em lançar um ETF global “ex-EUA”?

Um avanço que aproxima o futuro dos ETFs com o das criptomoedas

Além de ter o maior ETF de Bitcoin no mundo, a BlackRock também tem em seu portfólio o maior ETF de Ether, a moeda da plataforma de blockchain Ethereum e a segunda maior cripto do mundo.

Mas isso não significa que outras gestoras estão dormindo no ponto. Em Wall Street, o ETHA, da BlackRock, possui cerca de US$ 17,5 bi em patrimônio sob gestão.

Logo atrás, está o ETHE, com US$ 4,8 bi. A diferença é grande, mas não impede que a gestora do ETF, a Grayscale, busque o primeiro lugar. Talvez seja essa ambição que está por trás da novidade anunciada ontem pela companhia: junto com outros dois produtos de cripto da casa, o ETF ETHE passará a contar com staking.

O que é staking?

O termo vem da forma como a estrutura em blockchain da Ethereum opera, por meio de Proof-of-Stake (PoS).

Fazendo uma analogia que simplifica bastante a operação, o portador de Ether mantém suas moedas como colateral, sem liquidá-las, e quanto mais capital como colateral, maior a chance de se tornar um validador na plataforma. Esse processo recompensa o investidor com novas moedas.

E como um ETF vai entrar nesse jogo?

É importante lembrar que quem investe em um ETF de cripto não possui, diretamente, a custódia de uma quantidade de moedas. A gestora do ETF (com sua estrutura de formadores de mercado) compra e vende as moedas e se compromete a entregar ao investidor a variação do preço do ativo digital.

Esse é o exemplo mais simples, levando em conta ETFs de preço à vista, mas o mercado, até mesmo aqui no Brasil, já está diversificando as estratégias em ETFs de cripto para além do “spot”: um exemplo é o NBIT11, da Nu Asset, que acompanha os contratos futuros de Bitcoin.

A Grayscale, usando a estrutura de retorno via staking em Ethereum, vai distribuir os ganhos que suas moedas geram aos investidores, dando a opção de reinvestimento no ETF ou de recebimento como uma espécie de dividendo.

Em outras palavras, mesmo sem ter Ether diretamente em seu bolso, o investidor do ETF poderá obter ganhos como um participante ativo da blockchain teria (é claro, diluído entre os demais cotistas do ETF).

Para encerrar…

Se a notícia soa longe e técnica demais, o que vale é o que ela representa: o mercado cripto avança muito rapidamente. Os ETFs parecem ser os veículos mais simples para acessar as crescentes novas formas de investir nesse segmento. É claro: desde que seu perfil de risco permita.