Por que 500 se eu posso ter 3000?

Você já deve ter se acostumado: o S&P 500, índice que agrega as 500 maiores empresas nas bolsas dos EUA, é comumente visto como o principal termômetro do mercado americano.

O S&P 500 também domina no mercado de ETFs: os três maiores ETFs do mundo acompanham o índice: o VOO, da Vanguard; o SPY, da State Street; e o IVV, da BlackRock. (Aliás, esse pódio demonstra, entre outros motivos, por que essas gestoras são consideradas as “Big Three” de ETFs.)

O investidor que já se deparou com a imensidão do mercado pode se questionar se 500 empresas são suficientes para representar a bolsa dos EUA.

Existem mais de 3 mil empresas estadunidenses sendo negociadas na bolsa. Deve existir um índice mais abrangente, certo?

Certo. O Russell 3000, índice desenvolvido pela FTSE Russell (que faz parte da Bolsa de Londres), chega perto de representar a totalidade do mercado dos EUA: sua cesta é composta pelas 3000 empresas com maior valor de mercado no país, representando 98% da bolsa dos EUA.

O que faz o S&P 500 “reinar supremo” entre investidores e analistas do mercado?

O Russell 3000 é um índice “millennial”, lançado em 1984. Já o S&P 500 está prestes a completar 70 anos e conquistou o seu lugar como referência da maior bolsa do mundo.

E quando o primeiro ETF dos EUA foi lançado em 1993, o índice escolhido, naturalmente, foi o S&P 500 (estamos falando do SPY, da State Street).

Além disso, mesmo seis vezes menor, o S&P 500 já representa cerca de 80% do mercado americano (e replicar sua estrutura em um ETF é mais simples, pois ele conta com menos empresas, cujas ações têm alta liquidez).

Por fim, ambos os índices atribuem diferentes pesos a diferentes companhias.

Mas, como refletem a mesma economia, eles são carregados praticamente pelas mesmas empresas (se você pensou nas Big Techs, acertou). O “top 10” do S&P 500 representa cerca de 33% da performance do índice. No Russell 3000, são 29%.

Veja como eles praticamente andam juntos:

Performances do RUA (Russell 3000) e SPX (S&P 500) nos últimos 20 anos. Fonte: Aiolux

Dane-se o Russell 3000, então?

Não exatamente. Existem ETFs que acompanham o índice, como o IWV, da BlackRock, que soma mais de US$ 14 bilhões sob gestão.

Mais importante do que isso, o lançamento do Russell 3000 não veio sozinho: ele faz parte de uma família de índices. No mesmo ano de lançamento, surgiu também o Russell 2000, que se tornou a referência entre índices de small caps americanas.

O Russell 2000 é composto pelas 2000 menores ações do Russell 3000, o que faz dele um complemento habitual na estratégia de diversificação para quem já investe no S&P 500 por não haver sobreposição de ativos.

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O papel estratégico da descorrelação

Quantidade está longe de ser sinônimo de diversificação na hora de investir.

Você pode ter em sua carteira dezenas de ações, fundos e até mesmo ETFs e descobrir que, no fim do dia, todos estão expostos a um mesmo mercado. A descoberta, muitas vezes, vem na pior hora: quando você vê tudo “no vermelho".

Entre as diversas ferramentas usadas ao diversificar está a busca por descorrelação.

O Bitcoin é frequentemente citado como um bom exemplo de ativo descorrelacionado, pois não é controlado por nenhum governo e não segue diretamente o comportamento das bolsas de valores.

Na prática, descorrelacionar significa garantir que você tem, em seu portfólio, investimentos que não vão sofrer um efeito dominó por conta de um mesmo acontecimento no mercado, já que eles não estão expostos aos mesmos riscos.

E junto à descorrelação, a diversificação envolve também a exposição estratégica a uma maior volatilidade, dentro do que o seu perfil de risco permitir, é claro.

É aí que entra o HODL11 no assunto, o ETF de Bitcoin da Investo com taxa zero de administração. Aqui, deixamos os especialistas falarem por nós.

Nas palavras de Cauê Mançanares, CEO da Investo: “volatilidade é algo inerente à cripto, mas ela não necessariamente é ruim. Em uma pequena parcela do seu portfólio, a volatilidade pode ser positiva caso ela ajude a proteger seus investimentos em momentos em que todos os mercados estão em baixa, mas um ativo alternativo, como o Bitcoin, pode estar em alta".

Investir em Bitcoin por meio de ETFs não é só uma porta de entrada para quem quer acesso ao mercado cripto, mas também um porto seguro: uma forma simples, eficaz e altamente regulada de entrar no segmento.

O HODL11, da Investo, é a “versão brasileira” do HODL, o ETF da VanEck que possui mais de US$ 1 bilhão sob custódia. Essa não é uma recomendação, mas um convite para que você conheça o fundo e os demais ETFs da gestora pelo app da Investo.

Clique aqui e baixe agora o app, disponível em iOS e Android.

Como um ETF gera dividendos “sintéticos”?

Di-vi-den-do. Fale essa palavra de forma devagar no ouvido de um brasileiro e ele abrirá um sorriso.

Desde que o investimento na bolsa de valores ganhou popularidade com as plataformas digitais nos últimos anos, o sonho de acumular patrimônio via renda passiva, com os dividendos "pingando" na conta regularmente, entrou para o imaginário popular.

Com o tempo, aprendemos que, ao investir em uma empresa da bolsa, o dividendo é uma forma de a companhia distribuir parte do seu lucro líquido aos acionistas. Há também o pagamento de JCP (juros sobre capital próprio): como o nome indica, ele é uma distribuição de lucros baseada no capital social da empresa.

No mercado de ETFs…

Nos EUA, a indústria é majoritariamente distribuidora: se existem ações que pagam dividendos na composição de um índice do ETF, eles são repassados ao investidor.

No Brasil, o mercado é dominado por ETFs de acumulação: o dividendo de uma ação é reinvestido na cota, aumentando a posição do investidor no ETF.

Mas o cenário vem mudando, com fundos que pagam até mesmo “dividendos sintéticos”.

A ideia de um dividendo sintético vem da forma como ele é extraído: em vez de sair "naturalmente" do lucro e do capital das empresas envolvidas no índice, ele é o resultado do lucro adquirido em negociações feitas pelo gestor do ETF.

Um exemplo simples de geração de dividendos sintéticos é a negociação de opções, um tipo de derivativo. Descomplicando: o gestor do fundo vende opções de compra de ações para outros investidores do mercado.

Essas opções podem ou não ser exercidas pelo comprador, mas, no momento da venda, elas já trazem retorno para o gestor. Esse valor recebido é distribuído para os cotistas do ETF.

Como os ETFs devem replicar o seu índice, um fundo com dividendo sintético acompanha uma estratégia muito bem calculada para garantir o pagamento do provento sem colocar em risco o patrimônio do fundo por causa da volatilidade do mercado de derivativos.