ETF: o investimento imperfeito

Se você chegou há pouco tempo na tudoETF, talvez ache que o nosso propósito por aqui seja só falar dessa sigla que ainda não caiu na boca do povo.

De fato, a indústria de ETFs sempre rende assunto — e entre tantos tópicos para abordar, buscamos fazer uma curadoria do que é mais relevante para quem investe.

Mas ETFs não existem isolados em uma bolha. E a tudoETF também não. Falamos de ETFs porque vemos eles como uma forma eficiente, barata e inteligente de se investir.

É um investimento que ensina você a ignorar a ansiedade de escolher a melhor ação para ficar rico do dia para a noite. A esquecer que gestores de fundos de investimentos são gênios da lâmpada. A entender que uma "dica quente" pode transformar o seu patrimônio em cinzas.

Muitos investidores acompanham o mercado de ETFs com a gente, mas ainda não deram o primeiro passo. Será que hoje é o melhor dia? Será que esse é o melhor ETF para começar?

“Time in the market beats timing the market” = na falta de uma bola de cristal, vale mais a pena deixar o tempo revelar o poder dos juros compostos do que ficar à espera do melhor momento para começar a investir.

O ETF perfeito não existe. Ele é justamente um caminho alternativo à crença de que existe fórmula mágica para acumular patrimônio.

O mais próximo da perfeição que você chegará é construindo uma combinação diversificada de ETFs (e para conhecer alguns, o nosso acervo de publicações pode ser um ótimo aliado) e garantindo a disciplina dos seus aportes.

Medalha de prata para os ETFs de... ouro?

Ao lado da BlackRock e da Vanguard, a State Street completa a trinca de maiores gestoras de ETFs do mundo — tendo em sua história o marco de ter lançado o primeiro ETF do mundo, o SPY, atualmente o segundo maior ETF em patrimônio a acompanhar o índice S&P 500.

Anualmente, a State Street lança suas previsões para o mercado (no report de 2024, aliás, a gestora se vangloriou de ter uma margem de acerto de 90%).

Com o material de 2025 recém publicado, um dos highlights da State Street se refere ao mercado cripto: "ativos digitais marcaram boa parte de 2024 e acreditamos que seguirão em destaque em 2025."

Não é preciso ser um guru para afirmar algo assim, mas a verdadeira aposta da State Street que chamou a atenção de alguns veículos é a de que 2025 marcará um ano em que os ETFs norte-americanos de criptomoedas tendem a ultrapassar os ETFs de metais preciosos em patrimônio sob gestão.

Imagem: Boston Globe

Em matéria do Financial Times, Frank Koudelka, um dos executivos da State Street, comenta um ponto importante: "os dados apontam que mais profissionais de investimentos têm se interessado em criptomoedas para a composição dos seus portfólios".

A BlackRock, aliás, anunciou a inserção do seu ETF de Bitcoin IBIT, de Bitcoin, nos seus "portfólios modelo", que entregam estratégias prontas para consultores oferecerem aos seus clientes.

Se a previsão da State Street se concretizar, os ETFs de cripto ficarão atrás apenas dos ETFs de ações e dos ETFs de títulos de renda fixa.

Para continuar se informando

🙏 “Muitos erros financeiros vêm de decisões que seriam certas para outra pessoa, mas erradas para você. Eles são os mais perigosos, porque pessoas inteligentes ao seu redor dizem: “Isso funcionou para mim. Isso mudou minha vida. Você deveria fazer isso também.”

Na sua coluna mais recente, Morgan Housel, autor do livro Psicologia Financeira, reflete sobre o conceito de independência financeira e os erros e acertos que a gente pode enfrentar até finalmente alcançá-la. Clique para ler o artigo completo (em inglês).

🌎 Uma especialista em renda fixa aposta suas fichas na bolsa de valores chinesa: Marília Fontes, da casa de análise Nord, é conhecida por sua expertise em renda fixa.

Em um episódio recente de um podcast do portal Inteligência Financeira (do Itaú), Marília comenta sua alta alocação atual no mercado chinês: "Tudo o que você imaginar de mais tecnológico, a China também tem um competidor à altura". E entre os ativos mencionados, está o ETF XINA11, da XP, que rendeu +49,3% em 2024. Confira neste link o episódio.

🖥️ ETF de… meme? Aqui no Brasil, o principal órgão regulador do mercado de investimentos é a Comissão de Valores Mobiliários, a CVM. Nos EUA, o seu equivalente é a SEC. Segundo a Exame, A SEC definiu que memecoins, criptomoedas de altíssima volatilidade e reputação questionável, não configuram um “valor mobiliário”.

Traduzindo, isso simplificará a vida de quem quer ver no mercado ainda mais ETFs com diferentes criptos, incluindo as memecoins. O olho da CVM gringa, porém, continua aberto, já que muitas memecoins são usadas para estratégias de “pump and dump” ou até em esquemas de fraude.