ETFs não existem sem eles: índices são essenciais para que um fundo negociado na bolsa acompanhe uma estratégia e traga rentabilidade para você.
E para entender mais sobre os bastidores da indústria trilionária de ETFs, nada melhor do que falar com quem já atuou em diferentes frentes: da criação de um índice à comercialização de benchmarks para outros players do mercado.
Conversamos com Leonardo Maranhão, que hoje atua com wealth planning e tem uma bagagem internacional no mercado de índices, da bolsa alemã a casas como a Suno e a gigante FTSE Russell (que faz parte do grupo da bolsa de Londres).
Você vai descobrir:
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Quando falamos de ETFs, é comum celebrarmos o poder da gestão passiva, ou seja, garantir que o seu patrimônio renda a partir do acompanhamento de um índice, e não das decisões humanas de um gestor que busca superar um benchmark (muitas vezes resultando inclusive em deixar você abaixo do CDI).
Essa explicação é importante porque a gestão passiva não é exclusiva dos ETFs — ela também pode ser oferecida em fundos de investimentos tradicionais.
Então por que optar por um ETF?
O ETF é mais eficiente do ponto de vista tributário, ou seja, o imposto corrói menos o seu patrimônio — e no longo prazo, você vai sentir a diferença.
🟢 Em um ETF de renda fixa: imposto de renda de 15% a 25%, dependendo da data de vencimento dos títulos que compõem o ETF, sobre os rendimentos. Ele é recolhido somente uma vez, na hora que você liquidar o investimento.
🔴 Em um fundo de investimentos: imposto de renda semestral recolhido através do come-cotas, em uma faixa de 15% a 22,5%, dependendo do fundo.
Com o come-cotas, o poder dos juros compostos fica prejudicado com uma visita ingrata a cada seis meses.
Para visualizar a diferença, tomamos emprestada a projeção feita por Leonardo Vasques, Portfolio Manager na Itaú Asset, publicada no seu LinkedIn pessoal. A comparação teórica é entre um ETF que segue o índice IMA-B e um fundo tradicional de gestão passiva, ambos com a mesma taxa de administração.
Na prática, o efeito de longo prazo do come-cotas é considerável.
Leonardo comenta na publicação: “cerca de 20% da rentabilidade do IMA-B no longo prazo seria perdida em um fundo em comparação com um ETF de mesma estratégia e custo”.
Antes de fechar, cabe contextualizar a família de índices da qual o IMA-B faz parte.
O IMA-B é um subíndice derivado do índice IMA, criado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Ele tem uma cesta composta por todos os títulos que compõem a dívida pública. Qualquer investimento no Tesouro Nacional envolve a dívida pública: um título como o Tesouro Selic, por exemplo, nada mais é do que um empréstimo que você faz ao governo em troca de uma rentabilidade que acompanhe a taxa básica de juros, a Selic.
O IMA se desdobra em uma série de subíndices a partir das diferentes formas de separar os títulos do IMA (você pode conhecer todos nesta página da Anbima). O IMA-B é um dos seus filhos: o índice acompanha uma carteira composta por títulos públicos que atrelam seu rendimento à inflação, os famosos “Tesouro IPCA+”.
💸 A Buena Vista Capital estreia na próxima sexta dois novos ETFs na bolsa brasileira. O primeiro é o IWMI11, que acompanha um índice chamado NEOSIWMI, cuja estratégia é investir em ações do índice Russell 2000 e distribuir dividendos para os cotistas aqui no Brasil.
Dividendos também são o foco do segundo lançamento, o COIN11, com índice que busca acompanhar o Bitcoin e distribuir proventos para o investidor. Mas... Bitcoin gerando dividendos? Dividendo não é coisa que vem do lucro da empresa? A própria Buena Vista explica o assunto no blog da B3.
🌳 A DWS, gestora de recursos alemã que já fez parte do Deutsche Bank, lançou seus primeiros ETFs de gestão ativa e apostou em uma temática "quente": a mudança climática. São dois ETFs que acompanham empresas que lideram a "transição verde" através do lançamento de soluções patenteadas.
Nas palavras de Michael Mohr, executivo do grupo, o lançamento de patentes no setor "pode ser visto como um indicador de alto retorno e crescimento dos lucros acima da média, com ligação entre o número de patentes concedidas e o desempenho anterior das ações”. Só o tempo (e a performance dos ETFs) para confirmar a tese.
📅 Neste ano, o Brasil completou 20 anos do lançamento do seu primeiro ETF, o PIBB11. E para comemorar o ano e educar assessores de investimentos sobre fundos de índice, a B3 realizou na semana passada o ETF Day, com o patrocínio da BlackRock e o apoio da ABAI (Associação Brasileira dos Assessores de Investimentos) e da Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias).
Por que isso importa se o evento já passou? Porque esse pdf apresentado no evento traz um apanhado aprofundado sobre ETFs, com entrevistas envolvendo diferentes gestoras e instituições do mercado.
Como ser Warren Buffett? Essa é a resposta que todo investidor gostaria de ter. E também é o nome do documentário produzido pela HBO e disponível para assistir no Max.
O filme acompanha a vida de um dos maiores investidores do mundo, cadeira cativa no grupo de pessoas mais ricas do mundo e um dos principais defensores do longo prazo na hora de investir.
É uma forma de acessar a figura mítica e aprender como a disciplina fez o homem virar uma lenda.