Scott Galloway é uma das mentes mais interessantes para acompanhar caso você queira tirar a febre do que está acontecendo no mundo: do mercado financeiro ao ecossistema de negócios e fenômenos culturais e políticos.
Empreendedor com passagem por Wall Street, Galloway hoje cultiva uma figura de educador, tendo escrito cinco livros.
Já é tradição: Galloway publica suas apostas pessoais no começo de cada ano. São diversas teses baseadas em dados e na intuição de um empreendedor com uma experiência multidisciplinar e um olhar afiado.
Mesmo assim, ele faz um disclaimer que a tudoETF assina embaixo: suas previsões não são "balas de prata", mas análises que, acima de tudo, devem fazer você refletir, discutir entre amigos e acompanhar durante o ano.
Feita a introdução, vamos às tendências de 2025? Escolhemos duas previsões do "Prof G" para fazer um link com o mercado de ETFs.
Existe uma realidade dura em relação à inteligência artificial: ela requer um alto consumo de energia, levantando diversas críticas em tempos de mudança climática.
No material de Galloway, ele comenta que uma simples interação com o ChatGPT requer 10 vezes mais energia do que uma busca no Google.
Com a IA ditando o compasso da indústria tech globalmente, Galloway prevê que 2025 será um ano em que a energia nuclear voltará ao radar: sem emissão de carbono, um reator nuclear é capaz de produzir a mesma quantidade de energia que 8,5 milhões de painéis solares.
E tem ETF comprado na tese da energia nuclear? Claro.
Um dos protagonistas nesse segmento é o URA.
A composição deste ETF inclui companhias diretamente ligadas à produção energética através do urânio, como a Cameco, além de empresas responsáveis pela produção de componentes ou prestação de serviços necessários em usinas nucleares.
O URA, gerido pela Global X, pode ser acessado pela bolsa brasileira através do BDR BURA39.
Outros ETFs que protagonizam a tese nuclear na bolsa americana são o NLR, da VanEck, e o URNM, da Sprott.
Galloway vê a mudança de cadeira na presidência americana como um potencial acelerador de fusões e aquisições (M&A) no país.
Entre os elementos que se complementam para essa previsão está a expectativa de que Trump será menos duro em relação a regulação de políticas antitruste, que foi uma das características da gestão de Biden.
Além disso, há dinheiro na mesa: o "dry powder", ou seja, o capital em fundos de private equity que ainda não foi investido, cresceu 8 vezes desde 2003 nos EUA.
ETF de M&A? Sim, isso existe.
O anúncio de uma fusão ou aquisição envolvendo companhias listadas na bolsa é o suficiente para mexer com o preço das suas ações — e é a busca por ganhos nesse movimento que os ETFs de M&A baseiam sua estratégia.
Entre os principais fundos da categoria estão o MNA, com US$ 219 milhões sob gestão, e o ARB, com US$ 79 milhões.
O Yahoo! Finance destaca que um dos pontos positivos de ETFs com estratégias como essa é a baixa correlação com outros mercados: uma fusão ou aquisição pode acontecer em qualquer setor, diversificando a exposição do ETF ao longo do tempo.
Se a curiosidade bater, deixamos para você o link completo das previsões de Galloway (em inglês). Clique aqui para conferir o material.
👀 Os ganhadores e perdedores da B3: o E-Investidor publicou o ranking definitivo de todos os ETFs listados na B3 e suas performances em 2024. Na liderança, estão os ETFs de cripto: o BITH11, da Hashdex, rendeu mais de 175%. O QBTC11, da QR Asset, 169%. O BITI11, do Itaú, 161%.
Na lanterna, dominam os ETFs que seguem índices de small caps, ou seja, ações de companhias com valor de mercado entre R$ 300 milhões e R$ 2 bilhões. O SMAC11, do Itaú, o SMAB11, do BTG, e o SCVB11, da Investo, entregaram retorno negativo de cerca de 24% no ano. 2024 não foi fácil para a bolsa brasileira.
📉 O fim de um ETF (e um segmento difícil de decolar): a gestora estadunidense Amplify anunciou o fechamento do ETF MJUS, que seguia empresas da indústria canábica. Com US$ 70 milhões sob gestão, o fundo fechou as portas para novos cotistas no dia 9, com o dia 27 como data final de liquidação para os investidores atuais.
Segundo matéria da etf.com, a indústria como um todo passa por um momento difícil: apesar de avanços na regulamentação, as empresas do segmento enfrentam restrições de acesso a crédito e comercialização em nível federal.
🙏 Uma declaração curta, mas que traz esperança para o longo prazo: na semana passada, a Anbima, um dos principais órgãos reguladores do mercado brasileiro, fez sua apresentação anual sobre a indústria de fundos em 2024.
Quanto aos ETFs, o ano fechou com um patrimônio líquido acumulado de R$ 46,3 milhões. Sobre eles, o diretor da associação, Pedro Rudge, disse: "Quanto mais possibilidade e alternativa o investidor tiver, melhor. Seja ETF passivo, ativo ou setorial, me parece que faz bastante sentido".
O executivo comentou que faz parte da agenda de 2025 da Anbima um fomento maior aos ETFs, em especial na disseminação de educação sobre o produto.
Não existe investimento com retorno garantido e risco zero. Essa parece ter sido a lição ignorada por muitos investidores que colocaram suas fortunas no esquema de Bernie Madoff.
A recomendação de hoje é a série documental "Bernie Madoff: O Golpista de Wall Street". Por décadas, um dos homens mais respeitados do mercado financeiro atraiu o investimento de muita gente — dos peixes grandes aos pequenos — em uma espécie de fundo que, milagrosamente, nunca dava prejuízo. As consequências dessa fraude a gente deixa para você descobrir ao assistir ao programa.