No mundo dos investimentos, algumas palavras colam. E, às vezes, colam errado. Um bom exemplo disso é o termo “investimento passivo”. Ele se popularizou como contraponto à gestão ativa, mas carrega um peso semântico que engana: sugere algo parado, engessado, sem movimento ou pensamento estratégico. E isso está longe da verdade quando falamos de investimentos indexados.

Investir com base em um índice significa acompanhar um processo contínuo de seleção, ponderação, substituição e evolução. É uma metodologia em movimento, atualizada com frequência, refletindo mudanças no mercado, nos setores e nas empresas.

Pegue o exemplo do Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira. Ele existe desde 1968. Agora pense: quantas empresas que faziam parte do índice nos anos 1990 ainda estão nele hoje? Poucas. Isso porque o índice não é uma fotografia permanente, mas um organismo vivo. Empresas entram e saem conforme critérios objetivos, como volume de negociação, liquidez e presença no mercado.

Se o investimento fosse realmente “passivo” no sentido literal, o Ibovespa ainda teria empresas que já deixaram de existir. E ele, com certeza, não teria performado como performou ao longo das décadas.

Índices são regras de renovação, não engessamento

O grande diferencial dos investimentos indexados é que eles seguem regras claras para manter o portfólio relevante e representativo. Essa lógica vale para os ETFs também: um ETF que replica o S&P 500, por exemplo, vai incorporar automaticamente mudanças no índice, como a entrada de novas empresas inovadoras ou a saída de companhias que perderam protagonismo.

Ou seja, ao investir de forma indexada, você está acompanhando a evolução do mercado em tempo real, sem precisar tomar decisões a todo momento.

O verdadeiro papel do investidor

Investir com base em índices é abrir mão de tentar “prever o futuro” o tempo todo. Mesmo assim, não significa “se desligar da estratégia”. Ao contrário: é escolher com consciência quais exposições você quer ter no seu portfólio, com que peso, por quanto tempo, e como balancear essas escolhas ao longo da sua jornada.

O nome “investimento passivo” simplifica demais algo que é dinâmico, eficiente e muito mais inteligente do que parece.

E onde os ETFs entram nessa história?

Os ETFs são os instrumentos mais práticos e eficientes para investir de forma indexada. Eles trazem uma série de vantagens para o investidor que busca exposição inteligente a diferentes mercados e estratégias, sem abrir mão da simplicidade:

  • Diversificação instantânea: com uma única cota, o investidor tem acesso a dezenas ou até centenas de ativos.
  • Liquidez e agilidade: são negociados em bolsa como uma ação, com compra e venda instantânea ao longo do dia.
  • Transparência: você sabe exatamente em que ativos está investindo, já que a carteira é publicada e atualizada regularmente.
  • Baixo custo: por replicarem índices, geralmente têm taxas de administração menores que fundos ativos.
  • Eficiência fiscal: em alguns mercados, os ETFs oferecem vantagens tributárias relevantes.
  • Acesso global: é possível investir em ETFs que replicam índices brasileiros, americanos, europeus ou globais com facilidade.

Ou seja, os ETFs como vocês podem ver no nosso site, são a ferramenta moderna para quem quer participar da dinâmica dos mercados sem complicar a vida, alinhando inteligência, disciplina e praticidade.

Renato Eid Tucci atua no mercado financeiro desde 1998. É sócio e Portfolio Manager da Itaú Asset Management. É membro da Câmara de Equities da B3 e conselheiro da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec).