O que os nossos colunistas têm a dizer

Confira os novos artigos publicados exclusivamente na tudoETF nesta semana.

📈 “O paradoxo dos R$ 15 bilhões”: enquanto os fundos de Ibovespa representam uma fatia considerável do patrimônio em ETFs brasileiros, há um índice que replica o Brasil com mais fidelidade. Essa é a tese de Pedro Mota e Andrés Kikucki, da Nu Asset. Clique para ler. ↗️

🧬 “O índice é um organismo vivo”: em seu novo texto, Renato Eid, da Itaú Asset, reflete sobre a peça fundamental de um ETF, o índice, e como ele mantém a carteira do fundo em constante movimento. Clique para ler. ↗️

ETFs ultrapassam as ações na bolsa dos EUA

Segundo a Morningstar, as bolsas americanas agora possuem um total de 4.370 ETFs listados, enquanto o número de ações de empresas é de 4.172.

Fonte: FT/Morningstar

No fim de agosto, o colunista Matt Levine, da Bloomberg, opinou sobre o dado em um texto chamado “Há ETFs demais”:

“Isso representa uma mudança em relação à visão antiga de que ETFs eram basicamente uma forma de empacotar fundos de índice. Não é necessário ter tantos fundos de índice: claro, qualquer combinação de ações poderia ser um ‘índice’, mas o objetivo da indexação é reproduzir, de forma aproximada, ‘o mercado’ ou um setor dele, e existem apenas algumas categorizações realmente úteis. Certamente menos do que o número de ações. Tradicionalmente, os ETFs eram uma maneira de simplificar o investimento. Agora, são uma forma de complicá-lo.”

Por que tantos ETFs podem complicar a vida de quem investe?

Levine, da Bloomberg, não parece ser contra os ETFs. O que ele traz de reflexão é que a quantidade de fundos listados na bolsa reflete uma imensidão de diferentes trades possíveis (em um país onde a gestão ativa é autorizada para ETFs, diferente do Brasil, por exemplo) em um país com mais de 200 ETFs de uma ação só.

Levine comenta: “À medida que os ETFs se tornam mais populares e a tecnologia os torna mais baratos de implementar, muitas operações que antes eram feitas sob medida e de forma artesanal passarão a ser transformadas em ETFs padronizados. E existem muito, muito, muito mais operações potenciais do que ações.”

Ele levanta exemplos simples a partir de uma ação só, a Tesla. Você pode comprar a ação. Pode pegar dinheiro emprestado para comprar ainda mais ações da Tesla com o mesmo valor investido. Você pode comprar regularmente ações da Tesla nas segundas e vender nas quartas-feiras. Todos esses trades agora podem ser embalados como um ETF se houver demanda suficiente.

Sam Ro, no Financial Times, atribuiu o boom de ETFs nos EUA também à febre dos fundos temáticos: só para investir em IA via ETFs, o investidor americano precisa escolher entre 35 ETFs diferentes.

Com esse cenário em mente, Douglas Boneparth, da Bone Fide Wealth, comentou para a Bloomberg: “A escolha é uma aliada até se tornar um fardo. Existe o paradoxo do excesso de escolha, em que os investidores podem se sentir paralisados em vez de fortalecidos.”

A lição que fica para o investidor (até mesmo no Brasil)

Com mais de 100 ETFs custodiados no Brasil, mas uma restrição em relação a ETFs de gestão ativa, ainda estamos longe da realidade que vive o investidor norte-americano. Mesmo assim, há algo a ser aprendido, em especial porque, como você vê por aqui, 2025 tem sido um ano forte em lançamentos de fundos de índice.

Como alguns especialistas nas reportagens comentaram, o vasto catálogo de ETFs acaba levando diversos investidores, que antes investiam sozinhos, em busca de especialistas de investimentos. Se a indústria de ETFs fizer investidores e profissionais a estarem mais bem-informados sobre o poder desse veículo de construção de patrimônio, já temos uma vitória.

ARGE11: voo direto da Argentina à B3

A economia argentina tem sido uma das surpresas positivas para as bolsas globais.

Na edição passada, reportamos que, entre os ETFs de maior retorno nos últimos três anos nos EUA, o ARGT, fundo da Global X dedicado a acompanhar as empresas argentinas, levou a medalha de bronze, com um acúmulo de 211,28% no período. Em abril, a Global X lançou um BDR (ou seja, uma forma de acessar um papel listado fora do país através da nossa bolsa) do ETF na B3, o ARGT39.

Agora a nossa bolsa ganhou o primeiro ETF custodiado no Brasil com exposição ao país vizinho. Ou seja, o primeiro voo direto entre Brasil e Argentina no nosso pool de ETFs locais. Com seu primeiro fundo de bolsa de estratégia regional fora dos EUA, a Investo lançou o ARGE11 no último dia 27.

A economia é a mesma, mas o índice é outro: enquanto a Global X e seu BDR acompanham o benchmark da MSCI, o ARGE11 segue a carteira do índice MarketVector™ US Listed Argentina, com 15 empresas argentinas com capital aberto nos EUA.

Assim, a petroleira YPF lidera o ranking dos pesos do ETF, respondendo a praticamente 20% da sua exposição. Em seguida, vêm empresas como o grupo financeiro Galícia, a Pampa Energia, a Ternium, do setor de mineração, e o Banco Macro. O ETF possui taxa global de 0,75% ao ano e contará com rebalanceamentos trimestrais.

Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade e... uma chance de diversificar para além da Terra?

A Zacks, casa de análise de investimentos dos EUA, listou há poucos dias três razões para ficar de olho, com foco em retornos de longo prazo, em ETFs temáticos relacionados à exploração espacial.

Segundo a casa, o S&P Kensho Space Index, índice dedicado a acompanhar o setor, já acumula 27,4% de ganhos em 2025 contra os 10,2% do S&P 500. Para além de olhar para a rentabilidade isolada, a companhia cita seus três motivos para o investidor não ignorar o atual estágio da economia espacial.

#1. Crescente confiança do mercado

Citando Lukas Muehlbauer da IPOX Research, a Zacks vê que iniciativas de defesa nacional, como a criação do sistema americano Golden Dome, têm dado às companhias do setor espacial fundamentos mais fortes e uma confiança maior dos investidores.

#2. Uma nova onda de IPOs

Depois de um tempo um pouco escondido do investidor da bolsa, o setor espacial voltou a marcar a agenda de IPOs, com companhias como Karman Holdings, Voyager Technologies e Firefly Aerospace abrindo capital recentemente.

#3. A conquista recente da SpaceX

No último dia 26, a SpaceX lançou o foguete Starship, que colocou mais alguns satélites na órbita da Terra e chamou a atenção da NASA, que demonstrou interesse em contar com o veículo espacial na sua missão Artemis III, prevista para 2027. Clique aqui para conferir a lista de ETFs que a Zacks destacou para o investidor considerar.

A tudoETF não faz recomendação de investimentos. Se informe antes de investir em qualquer ETF e não descarte a opinião de profissionais certificados.