Os ETFs (sigla em inglês para exchange-traded funds), também conhecidos como fundos de investimentos negociados na bolsa de valores, estão cada vez mais ganhando destaque no mercado.
Segundo artigo da Quantum Finance, em 2024 foram 26 lançamentos de ETFs na B3, a bolsa brasileira, levando o número de ETFs brasileiros disponíveis a mais de 100.
Mesmo assim, muitos investidores ainda não sabem que ETFs também dão acesso a renda fixa, mesmo estando listados na bolsa de valores.
Neste artigo, você vai entender o que é um ETF de renda fixa e conhecer todos os ETFs de renda fixa custodiados no Brasil e para você investir.
Um ETF de renda fixa é um fundo de investimentos negociado na bolsa de valores que busca refletir a rentabilidade de um índice de renda fixa.
Para aprofundar a definição, vale lembrar que um ETF é um fundo de investimentos negociado diretamente na bolsa de valores, podendo ser comprado e vendido por investidores assim como ações, FIIs e BDRs.
O ETF é comumente chamado de “fundo de índice”, já que globalmente esses fundos são conhecidos por acompanharem índices de mercado.
Um índice é um número que acompanha um grupo de investimentos, como o Ibovespa, um índice dedicado às principais ações da bolsa.
Já a renda fixa é uma categoria de investimentos caracterizada pela garantia de retorno em relação ao valor investido.
Do Tesouro Direto a títulos como debêntures, os produtos de renda fixa dão ao investidor a previsibilidade dos seus retornos de diferentes formas: estabelecendo uma taxa de juros em relação a um período de tempo (título prefixado), atrelando o retorno do investimento a um índice (título pós-fixado) ou criando uma mistura das duas modalidades (título misto).
Com tudo isso explicado, podemos retomar nossa definição: ETFs de renda fixa, portanto, seguem diferentes índices de renda fixa, oferecendo ao investidor os retornos do mercado que buscam acompanhar.
Atualmente, a bolsa brasileira conta com 18 ETFs de renda fixa. Abaixo, você conhecerá cada um deles, incluindo dados como:
O ETF B5MB11 é um fundo de índice da Bradesco Asset Management, a gestora de recursos do Bradesco.
O B5MB11 acompanha o índice IMA-B5+. O IMA-B5+ é um índice da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, a Anbima, e faz parte da família de índices IMA.
Neste caso, o IMA-B5+ foca nos títulos públicos oferecidos pelo Tesouro Nacional que estão atrelados à inflação e tem prazo superior a cinco anos.
O B5MB11 é um ETF com 0,20% de taxa de administração anual. Em 2024, sua performance foi de -7,92%.
O ETF B5P211 é gerido pela Itaú Asset Management. O índice do B5P211 se chama IMA-B5 P2 e também é provido pela Anbima.
O papel deste índice é refletir a performance de uma cesta de títulos públicos atrelados à inflação com prazo de vencimento entre um mês e cinco anos.
O índice conta com um controle adicional para que o prazo médio da carteira seja sempre igual ou superior a 2 anos.
O B5P211 é um ETF com 0,20% de taxa de administração anual. Em 2024, sua performance foi de +6,10%.
Criado pela gestora de recursos do Banco do Brasil, o nome completo do ETF BDAP11 é Índice DAP5 B3 Fundo de Índice. Como seu nome indica, o índice que ele acompanha se chama DAP5.
Criado pela B3, o índice DAP5 simula o desempenho do contrato futuro do Cupom IPCA, o DAP, criando uma carteira teórica com títulos com vencimento em maio para anos ímpares e agosto para anos pares.
O site da B3 explica que o Cupom IPCA é a diferença entre a taxa média de depósitos interfinanceiros de um dia (DI) e a inflação brasileira, medida pelo IPCA, para calcular uma taxa de juro real.
Com taxa de administração de 0,20%, o ETF BDAP11 acumulou +4,17% de retorno em 2024.
O ETF Investo Bloomberg Global Bond, BNDX11, é gerido pela Investo, companhia brasileira com participação da firma estrangeira VanEck.
Com exposição em renda fixa internacional, o fundo acompanha um benchmark da Bloomberg chamado Bloomberg Global Aggregate ex-USD Float Adjusted RIC Capped Index.
Na prática, o índice simula uma carteira de renda fixa internacional, incluindo exposição a títulos públicos e privados em diferentes mercados desenvolvidos e emergentes, mas excluindo títulos dos os EUA.
Com taxa de administração de 0,32%, o BNDX11 rendeu +28,8% em 2024.
Com gestão do BTG Pactual, o ETF DEBB11 acompanha o Índice Teva Debêntures DI. Este ETF é o único fundo de renda fixa negociado na bolsa atrelado ao mercado de debêntures, ou seja, títulos de dívida de empresas privadas.
Entre os critérios para a seleção dos títulos da carteira teórica do índice estão a escolha de debêntures com valor de emissão superior a R$ 300 milhões.
Além disso, o índice prevê alocação de 10% do capital em LFTs, títulos também conhecidos como Tesouro Selic, para garantir liquidez nas operações.
Com taxa de administração anual de 0,60%, o DEBB11 rendeu +11,43% em 2024.
Com gestão do Banco do Brasil, o ETF FIXA11 acompanha o índice S&P/B3 Futuros de Taxa de Juros DI 3 anos.
Criado pela B3, o índice replica uma carteira de títulos prefixados com prazos de vencimento entre dois anos e meio e três anos, combinando ainda contratos futuros de DI e ativos indexados às taxas overnight Selic e DI.
O ETF FIXA11 conta com uma taxa de administração de 0,30% ao ano e, em 2024, obteve retorno de -3,09%.
Gerido pela Itaú Asset Management, o ETF It Now IMA-B5+, o IB5M11, acompanha o índice IMA-B5+, como o ETF B5MB11 do Bradesco, que mencionamos anteriormente.
O IMA-B5+ acompanha títulos públicos do Tesouro Nacional que estão atrelados à inflação e tem prazo superior a cinco anos.
Com taxa anual de administração de 0,25%, o IB5M11 rendeu -8,24% em 2024.
Gerido pela Itaú Asset Management, o ETF IDKA11 segue o IRF-M P3, índice da Anbima composto por títulos do Tesouro pré-fixados, contando com um controle adicional para que o prazo médio da carteira se aproxime de três anos.
Lançado em 2024, não há ainda um ano-calendário cheio de sua performance. A taxa de administração do IDKA11 é de 0,25% ao ano.
Gerido pela Itaú Asset Management, o ETF It Now IMA-B, negociado como IMAB11, segue o índice IMA-B, da Anbima.
Este índice acompanha todos os títulos públicos do Tesouro atrelados à inflação (NTN-Bs, popularmente conhecidos como Tesouro IPCA+) e com vencimento superior a um mês.
O IMAB11 possui taxa de administração anual de 0,25% e, em 2024, teve retorno de -2,68%.
Assim como o IMAB11 do Itaú, o IMBB11, gerido pelo Bradesco, também acompanha o índice IMA-B, dedicado aos títulos de dívida do Tesouro atrelados à inflação.
Com taxa anual de administração de 0,20%, o IMBB11 rendeu -2,02% em 2024.
Também conhecido como It Now IRF-M P2, o ETF IRFM11, do Itaú, acompanha a variação do índice IRF-M P2, da Anbima.
Este índice compõe uma carteira de LTNs e NTN-Fs, ou seja, títulos públicos prefixados.
Existe um controle adicional no índice para que o prazo médio dos títulos na carteira seja sempre igual ou superior a dois anos.
O IRFM11 tem taxa de 0,20% de administração anual e, em 2024, rendeu +1,28%.
Gerido pela Investo, o ETF LFTB11 acompanha o índice MarketVector Brazil Treasury 760 Day Target Duration, criado pela MarketVector. LFTB11 é o código para você encontrar o ativo na sua corretora.
O índice da MarketVector engloba uma carteira de títulos públicos pós-fixados ligados à Selic e atrelados ao IPCA.
Com taxa de administração de 0,00% até março de 2025, o LFTB11 passará a contar com taxa anual de 0,19% posteriormente. O ETF foi lançado em 2024, não tendo performance de um ano-calendário completo.
Vale lembrar que taxas de administração zeradas muitas vezes são temporárias e servem para atrair investidores por um período determinado.
Também gerido pela Investo, o LFTS11 é o único ETF brasileiro com exposição completa às LFTs, conhecidas popularmente como Tesouro Selic.
Ele segue um índice criado pela Teva chamado Teva Tesouro Selic.
Com taxa de administração de 0,19% ao ano, o LFTS11 acumulou +10,70% em 2024.
O ETF NTNS11 é mais adição da Investo à sua oferta de ETFs de renda fixa. Seu índice é o Teva Tesouro IPCA 0 a 4 Anos.
A exposição do índice é dedicada a títulos de inflação (NTN-Bs) com prazo de zero a quatro anos.
O ETF NTNS11 da Investo possui taxa anual de 0,19% e, em 2024, rendeu +5,68%.
Compondo o portfólio de ETFs do BTG Pactual, o PACB11 é um ETF que segue o índice Teva Tesouro IPCA Ultra Longo Convexity Enhanced.
O índice criado pela Teva realiza uma curadoria das três NTN-Bs (títulos Tesouro IPCA) com maior prazo de vencimento oferecido no mercado.
Segundo a gestora, a estratégia é gerar retornos em momentos de queda de juros e diminuir perdas em momentos de alta de juros.
Com taxa de administração anual de 0,19%, o PACB11 foi lançado em 2024, não tendo completado um ano-calendário cheio para reportarmos sua performance.
Também gerido pelo BTG Pactual, o PACC11 segue o mesmo índice do ETF B5P211, do Itaú: o IMA-B5 P2.
Relembrando, este índice tem exposição a títulos de inflação indexados ao IPCA com prazos de um mês a cinco anos e prazo médio de dois anos para a composição da carteira.
A taxa de administração do ETF PACC11 é de 0,19%. O fundo foi lançado no segundo semestre de 2024, não tendo completado ainda um ano.
O ETF PACG11 é o fundo de índice do BTG Pactual que acompanha o IMA-B, da Anbima.
Como em outros ETFs que acompanham o mesmo benchmark, o IMA-B é formado por títulos do Tesouro Nacional indexados à inflação.
O ETF PACG11 tem taxa de administração anual de 0,19%. Este fundo também foi lançado recentemente, não tendo completado um ano-calendário para comparar sua performance em 2024.
Gerido pela Investo, o ETF USDB11 acompanha o Bloomberg US Aggregate Bond Float Adjusted Index, índice provido pela Bloomberg.
Trata-se de um índice que busca dar ao investidor exposição à renda fixa estadunidense, incluindo em sua carteira teórica títulos do tesouro dos EUA (treasuries) e títulos de dívida de empresas americanas.
Com taxa de administração anual de 0,28%, o ETF USDB11 rendeu +26,91% em 2024.