Então alguém falou para você que ETFs não têm liquidez

Essa talvez seja uma das principais dúvidas que surgem quando alguém se interessa por ETFs: como que esse fundo negociado na bolsa é capaz de me garantir liquidez?

Na prática, se a gente levar o medo em conta, a pergunta de verdade é essa: quem me garante que o dinheiro que coloquei ali não vai ficar preso? A gente entende — em especial no Brasil, que ainda se recupera de episódios desastrosos como o confisco de 1990.

🟢 Entendendo as três camadas de liquidez de um ETF

Pegamos emprestada essa ilustração da gestora de ETFs Global X para explicar o que, no mercado, chamamos de as três camadas de liquidez de um ETF.

Segundo a gestora, um equívoco comum é olhar apenas para a primeira camada, ou seja, o volume médio negociado no mercado secundário (de investidor para investidor). Esse erro talvez venha do fato de que nos acostumamos a olhar para a bolsa com os olhos de um investidor de ações.

A Global X explica: “ao olhar para a ação de uma empresa, um número fixo de ações disponível ao mercado está em questão [...]. Ao contrário de uma ação de uma empresa, os ETFs são fundos abertos – podem, diariamente, emitir novas cotas ou resgatar as cotas existentes.”

Entram em cena, então, os formadores de mercado, que já foram tema de edição da tudoETF recentemente. Eles são, na prática, outras instituições financeiras que aumentam a liquidez e fazem movimentos massivos para garantir a estabilidade da cotação.

Se você lança uma oferta de venda de 1000 cotas de um ETF e um investidor do outro lado da tela se interessa apenas em 200 cotas, é papel do market maker atuar na execução da sua oferta comprando as cotas restantes.

Por fim, na base da liquidez do ETF, está o mercado primário. Pense na corrida recente por ETFs de criptomoedas após a eleição de Donald Trump como o próximo presidente dos EUA. Um ETF passivo, que segue a cotação do Bitcoin, deve ter sua cotação alinhada à performance da moeda. O market maker garante a estabilidade da cotação em momentos de alta demanda e alerta o emissor do ETF para a criação de novas cotas.

E o inverso também funciona: se diversos investidores de um ETF decidem ir embora ao mesmo tempo, o formador de mercado assume a compra e liquida seus ganhos junto ao emissor, cancelando o número de cotas equivalentes.

Nosso papo com os criadores de uma carteira composta apenas com ETFs brasileiros

Seguindo o mote do título da seção anterior, talvez também disseram a você que existem poucos ETFs no Brasil e é impossível acessar boas estratégias com o que a bolsa brasileira tem a oferecer. A gente espera que a conversa que tivemos com a casa de análise Levante mude essa percepção.

Em uma entrevista exclusiva, os executivos Eduardo Rahal e Luiz Gustavo Almeida nos contaram como foi a criação da primeira carteira com ETFs exclusivamente custodiados no Brasil.

No artigo completo, você vai descobrir:

  • As estratégias e teses que guiam uma carteira que, desde de sua criação, bateu o Ibovespa em 10 pontos percentuais;
  • Os desafios e limitações de alocação em um mercado em evolução;
  • O que os analistas esperam para o segundo ano da carteira.

Clique e leia a entrevista completa ↗️

Um mercado que não para — e segue batendo recordes

👑 A "indústria trilionária": é comum você ver profissionais do mercado se referindo aos ETFs dessa forma, como o especialista Leo Maranhão, que entrevistamos semana passada. Nos EUA, esses trilhões acabam de renovar um recorde: com um novembro histórico, marcado por aportes de US$ 164,4 bi, os ETFs custodiados nos EUA (e acessados pelo mundo inteiro) chegaram à marca de US$ 10,6 trilhões de patrimônio sob gestão. Os dados são da consultoria ETFGI.

🤖 Inteligência artificial é fogo de palha? Não para a BlackRock. Com o lançamento recente de dois novos ETFs temáticos de IA para o mercado europeu em parceria com a STOXX. Jay Jacobs, head de ETFs ativos e temáticos da companhia, disse: “estamos em um momento inicial do ciclo de adoção da inteligência artificial”.

A visão da BlackRock sobre IA vai além de uma empolgação com o que o chatGPT pode fazer para o seu post no LinkedIn. A gestora vê a IA como um ponto de transformação em setores como cibersegurança, infraestrutura, indústria de hardwares e por aí vai. Assista à entrevista completa do executivo para a CNBC.

Recomendação de investimento (do seu tempo)

Qual o caminho para a riqueza? E se você soubesse, você contaria para mais alguém? Scott Galloway, sim.

A recomendação de hoje é o livro “A Álgebra da Riqueza”. Galloway, ou "Prof G" para quem acompanha o empreendedor e professor, parte de quatro pilares — foco, tempo, diversificação e uma abordagem estoica perante as decisões — para delinear um possível caminho rumo ao sucesso.

Cada elemento funciona como uma variável no "cálculo" da riqueza, que na verdade transcende a racionalidade: sem adaptabilidade e resiliência emocional, você não vai a lugar algum.