Não faz muito tempo que a tudoETF abordou os ETFs que acompanham o mercado imobiliário. E, apesar de existirem, eles ainda chamam a atenção pela baixa quantidade.
Enquanto existem mais de 500 fundos de investimentos imobiliários e mais de 100 ETFs na bolsa, há apenas um ETF cujo índice acompanha os FIIs brasileiros, o XFIX11, da XP, com cerca de 15 mil investidores. Já o mercado imobiliário americano conta, na B3, com os ETFs ALUG11, da Investo, com mais de 5 mil cotistas, e o URET11, da XP, com menos de 500 investidores.
A raridade não é por acaso: o mercado brasileiro de ETFs funciona majoritariamente através da lógica de reinvestimento. Quando você investe em um ETF de Ibovespa, por exemplo, os dividendos pagos por empresas no índice (como a Eletrobras e seus dividendos bilionários recém anunciados) não caem na sua conta: eles são reinvestidos na sua cota, aumentando o montante sob gestão.
Por outro lado, os FIIs, entre diversos outros motivos, caíram no gosto do brasileiro nos últimos anos por conta da distribuição de dividendos isentos de impostos, aproximando o investidor ainda mais do sonho de "viver de renda".
Mas as duas formas de investir acabaram de se aproximar ainda mais: a bolsa brasileira, B3, anunciou recentemente que ETFs de FIIs poderão “pingar dividendos” na conta dos seus investidores.
(Um parêntesis importante: a questão dos dividendos no mercado de ETFs brasileiros é uma discussão bastante contemporânea. Os ETFs existem há 20 anos no Brasil, mas somente em 2023 vimos o lançamento de um ETF com distribuição de renda, o NDIV11, do Nubank, com um índice derivado do Ibovespa.
E os "dividendos sintéticos" também começaram a surgir no cardápio do investidor, como é o caso do SPYI11, da Buena Vista, que acompanha um dos principais índices da bolsa americana, o S&P 500. Para não nos alongarmos, deixamos o link de um conteúdo em que aprofundamos este tópico.)
Segundo matéria da Infomoney, o pagamento de dividendos vai acontecer em ETFs de FIIs locais e internacionais e será feito, no mínimo, uma vez por mês.
Com tão poucos ETFs do segmento, por que isso é importante?
Porque talvez esse seja o pontapé necessário para mais ETFs de FIIs serem lançados, diversificando as opções para o investidor e dando mais eficiência para ambos os mercados.
Vale, porém, ficar de olho em como será a tributação desses proventos. Impostos, aliás, também são tema da próxima novidade que vamos abordar…
Lançados em 2020, os FI-Infra são fundos listados na bolsa que investem em títulos de renda fixa (debêntures incentivadas) que dão crédito a empresas com projetos de infraestrutura: energia, estrada, saneamento, aeroporto, entre outros.
Apesar da semelhança com FIIs de papel, que expõem o investidor ao mercado imobiliário também através de títulos, os FI-Infra são uma categoria própria e, hoje, compõem um grupo de pouco mais de 20 fundos.
E agora, assim como os ETFs de FIIs, os ETFs que acompanharem FI-Infra também poderão distribuir dividendos.
A medida, naturalmente, vem para dar gás ao mercado: como a especialista da Ticker Research, Priscilene Nunes, comentou nesta reportagem, a novidade se soma ao crescente apetite por debêntures, em especial depois das restrições do CMN (Conselho Monetário Nacional) em relação ao prazos e lastros de CRIs, CRAs, LCIs e LCAs.
Falta apenas que esses ETFs existam.
A B3 lançou em fevereiro o Índice de Debêntures Ultra Qualidade DI B3 e há poucos dias o Índice de Debêntures Ultra Qualidade IPCA B3, ou seja, índices que seguem a matéria-prima dos FI-Infra, as debêntures incentivadas.
Só que, por enquanto, a bolsa segue sem índices e sem ETFs específicos de FI-Infra (e somente um ETF de debêntures em geral, o DEBB11, do BTG, que não distribui dividendos).
Para a Infomoney, o CEO da Investo, Cauê Mançanares, comenta uma das principais dúvidas que o mercado ainda tem sobre o anúncio: “Existe uma discussão sobre se os ETFs de infraestrutura serão isentos (de Imposto de Renda), como as debêntures de infraestrutura, ou se serão tributados como fundos de renda fixa.”
💼 Dá para inventar mais ETFs de Bitcoin? A Bitwise acredita que sim. Entre os ETFs recém lançados nos EUA, o OWNB surge com uma tese bastante particular: em vez de se expor à criptomoeda mais famosa do mundo, o ETF acompanha um índice de empresas que mantêm pelo menos 1000 unidades de Bitcoin sob sua custódia. Entenda melhor clicando aqui (em inglês).
👀 Ganhar R$ 15 mil por mês investindo apenas em ETFs: o portal Inteligência Financeira, do Itaú, fez a conta de quanto você precisaria investir e qual alocação seria a ideal para chegar neste resultado. Leia e invista (ou não) ao seu critério.
⚖️ ETF de renda fixa ou renda variável? Algumas perguntas elementares sempre são importantes de buscar a resposta, em especial se você está começando a investir em fundos de índice. Confira a matéria do Terra comparando cada uma das classes.