🌍 O primo chegou aos ETFs: Investo e Grupo Primo lançam GPUS11, um ETF que acompanha o S&P 500 e é custodiado na Irlanda.
📊 Dose dupla: os novos ETFs do Bradesco com foco no mercado chinês já estão em negociação na B3. Conheça o PKIN11 e o TECX11.
🔋 Como vão os ETFs de IA e de cripto? Assista à conversa da CNBC com Jay Jacobs, da BlackRock (em inglês).
Uma das previsões financeiras mais seguras de fazer para 2025 era a de que a indústria de ETFs seguiria em expansão.
Desde que o ano começou, mais de 400 ETFs foram lançados nos EUA (e uma mudança regulatória pode colocar mais 3 mil em circulação por lá muito em breve).
Aqui no Brasil, é raro faltar assunto nesse quesito: como você viu nos links de abertura da edição, a B3 não para de ampliar as opções no cardápio para o investidor local.
Das veteranas às mais jovens, as gestoras de investimentos por aqui estão acompanhando o fôlego do mercado mundial, diminuindo o atraso de 20 anos do mercado brasileiro, que foi tema da nossa primeira edição, lá em outubro.
Mas de que adianta conhecer dezenas de novos ETFs semanalmente sem evoluir a conversa?
Na sua jornada em se tornar um investidor ainda mais bem informado, exploramos abaixo quatro lançamentos que podem ajudar a entender diferentes mercados, termos e estratégias do universo dos ETFs.
➡️ O novo ETF: a Vanguard, uma das maiores gestoras de ETFs do mundo, está prestes a lançar um fundo que acompanha mercados emergentes, mas com uma estratégia ex. O objetivo é excluir a exposição à China em seu novo produto.
➡️ O que você precisa saber: digamos que você já tenha um investimento alto em Petrobras e, agora, quer garantir uma exposição ao Ibovespa. Para você, cairia como uma luva um produto que fosse Ibovespa ex Petrobras: um Ibovespa que exclui a exposição à Petrobras.
Índices com a metodologia ex são comuns no mercado global e ajudam o investidor a reduzir sobreposição de risco, ou seja, não pesar demais o portfólio com um único ativo. O índice MSCI World ex USA, por exemplo, acompanha a bolsa de 22 mercados desenvolvidos, mas exclui a exposição à bolsa americana.
O contexto do novo produto da Vanguard é a relação estremecida entre EUA e China por conta da recente guerra tarifária, atendendo à demanda de investidores que querem seguir bolsas emergentes, mas sem a incerteza que a economia chinesa pode enfrentar.
➡️ O novo ETF: lançado no último dia 30 na bolsa brasileira, o CASA11 é o novo fundo da gestora Buena Vista. O nome tem trocadilho brasileiro, mas sua estratégia é dar acesso aos REITs.
➡️ O que você precisa saber: REIT é a sigla para Real Estate Investment Trust. Uma espécie de híbrido de ação e fundo imobiliário, um REIT é o papel de uma empresa negociada em bolsa e envolvida no mercado imobiliário.
Assim como os FIIs, os REITs têm critérios de exposição de mercado e distribuição de lucro. Entre eles, um REIT deve alcançar pelo menos 75% da sua receita bruta por meio do mercado imobiliário, seja por meio do aluguel de imóveis, vendas, financiamentos ou hipotecas.
Além disso, 90% do seu lucro tributável devem ser pagos na forma de dividendos aos seus acionistas.
➡️ O novo ETF: negociado na Nasdaq, o IDEF é um dos novos fundos da BlackRock. A estratégia? Exposição a empresas que tendem a lucrar com o atual contexto político global, de companhias de cibersegurança a empresas de aviação. A gestora acredita que os governos devem gastar cada vez mais com investimentos em setores de defesa.
➡️ O que você precisa saber: assim como a agenda ESG levou ao desenvolvimento de diversos investimentos voltados ao tema, o mesmo fenômeno acontece com diversas outras teses. Muitos ETFs que compõem o atual boom de lançamentos representam a crença de uma gestora em um possível ganho a partir da análise do que está acontecendo no mundo.
IA? Computação quântica? Semicondutores? Onde existe chance de crescimento e lucro, existe um ETF sendo desenvolvido para acompanhar o setor.
ETFs temáticos, porém, dividem opiniões. Aprofundamos as críticas em uma edição passada que você pode conferir clicando aqui. Entre os pontos de atenção estão taxas maiores em relação ao mercado e a importância do investidor entrar no momento certo para aproveitar o hype.
➡️ O novo ETF: a americana Invesco colocou em maio no mercado um ETF de gestão ativa que usa a estratégia de factor investing para superar o índice de mercados desenvolvidos da MSCI.
➡️ O que você precisa saber: quando falamos em ETFs, algumas coisas se confundem, então o lançamento da Invesco nos ajuda tanto a separar algumas discussões que acaloram os profissionais do mercado quanto explicar brevemente a estratégia de factor investing.
Se você lê a tudoETF e é bom de memória, deve lembrar que, no Brasil, todo ETF precisa acompanhar um índice por conta dos órgãos reguladores.
Isso faz com que muitos se refiram aos ETFs no Brasil como fundos de índice e associem eles diretamente à gestão passiva (ou seja, acompanhar a performance de um índice).
Também ajuda a contrastar a estratégia de gestão passiva à tradicional gestão ativa, associada no Brasil ainda aos fundos de investimentos tradicionais.
Mas o mercado global está em outro momento: 51% dos ETFs lançados em 2024 no mundo todo foram de gestão ativa.
Apesar de dar margem para decisões humanas extremamente equivocadas, vale dizer que nem toda gestão ativa envolve um gestor que se sente mais inteligente que o mercado.
O novo produto da Invesco usa uma das diversas estratégias que os profissionais têm ao seu dispor. O factor investing permite que o gestor filtre as escolhas do que vai compor seu fundo a partir de drivers que podem indicar com mais precisão um retorno positivo no futuro.
Ao analisar uma ação para incluir no ETF, o gestor olhará para os fatores macroeconômicos (como a empresa se comporta em relação à inflação? Como os ciclos econômicos impactam seus retornos?) e os chamados fatores de estilo: da saúde financeira da empresa à volatilidade das suas ações na bolsa.