Acontecendo agora no mercado

💸 1 Bitcoin = US$ 1,5 milhão? Se você leu a edição passada da tudoETF, Cathie Wood dispensa apresentações. Mas só para dar um refresh, a executiva é uma das gestoras de ETFs mais controversas em Wall Street. Com uma estratégia de alocação baseada em novas tecnologias e inovação, a ARK Invest, sua companhia, está com os dois pés apostados em cripto.

A gestora acredita que, com o atual cenário econômico e a adoção da moeda pelo mercado institucional, a unidade do Bitcoin pode chegar a US$ 1,5 milhão em 2030. E, no pior dos casos, a aposta para a mesma data é um patamar de US$ 300 mil — muito mais alto do que o pico histórico do Bitcoin conquistado no fim do ano passado, acima de US$ 108 mil.

📢 Novidade na B3: falando em cripto, a bolsa brasileira começou 2025 com mais um lançamento de ETF de Bitcoin. Quem entrou no jogo dessa vez foi a Investo, gestora brasileira que já tem 20 ETFs próprios.

Negociado com o ticker HODL11, o produto se expõe ao ETF americano HODL, da VanEck, companhia de investimentos atrelada à Investo no Brasil. Refletindo o preço da maior cripto do mundo, o novo ETF quer agradar os brasileiros: a taxa de administração é zero até agosto deste ano, passando depois a um patamar anual de 0,20%. Para garantir liquidez, o BTG Pactual entrou como formador de mercado.

✂️ Um corte para ficar na história: na semana passada, a segunda maior gestora de ETFs do mundo, a Vanguard, anunciou uma medida histórica. Em mais de 160 produtos, incluindo fundos de investimentos (os chamados “fundos mútuos” dos EUA) e ETFs, a gestora decidiu reduzir a taxa de administração, o que poupará cerca de US$ 350 milhões para seus investidores neste ano.

A medida deixa a Vanguard ainda mais competitiva: enquanto o custo de investimento do mercado americano é de 0,44%, os produtos da gestora agora contam com um custo médio de 0,07%, segundo o Yahoo! Finance. Em um mercado em que muitos ETFs replicam o mesmo índice, a escolha entre uma gestora e outra muitas vezes é na base do preço.

Pare de ignorar esta lição

“O maior risco [ao investir] é o de longo prazo, de não pôr seu dinheiro para trabalhar com um retorno generoso — e não aquele de curto prazo (mas mesmo assim real) da volatilidade do mercado.”

Crédito: USA Today

O melhor dia para começar a investir é hoje. Independentemente do patamar do dólar, da cotação da bolsa ou do caminho dos juros, sempre existe oportunidade para fazer seu dinheiro crescer e aproveitar a única variável que não é possível de recuperar: o tempo.

A frase é de John C. Bogle, ídolo de 10 entre 10 pessoas que investem em ETFs. Fundador da Vanguard e referência em investimentos indexados, ele escreveu o livro “O Investidor de Bom Senso”, de onde extraímos a frase e que faz parte do programa de recompensas por indicações da tudoETF. Se inscreva para saber mais!

3 mitos sobre ETFs

Entender como investir em ETFs é também entender que, às vezes, algumas frases, mesmo que repetidas mil vezes, não equivalem à verdade. Vamos analisar três mitos que circundam o mercado de ETFs?

Mito #1: ETF significa fundo de índice

No Brasil, todo ETF é um instrumento de investimentos que acompanha um índice, por isso é normal você encontrar no Google tantos portais dizendo “ETFs, também conhecidos como fundos de índice…”.

Mas há duas nuances aí: a primeira é que “fundo de índice” pode também se referir a um fundo de investimentos tradicional que acompanha um índice através de gestão passiva.

E a segunda nuance, muito mais importante, é que a evolução do mercado de ETFs no Brasil pode, em breve, trazer alternativas com gestão ativa para a nossa bolsa, como a CVM já sinalizou no ano passado.

Um ETF com gestão ativa deixa de apenas aproveitar o “beta”, ou seja, o retorno do seu índice, e passa a buscar “alpha”: superar o benchmark (com o risco, naturalmente, de tomar decisões que levem a ficar abaixo dele).

Na dúvida, procure se referir a ETFs como a própria sigla nos ensina: fundos negociados em bolsa.

Mito #2: ETF é sinônimo de diversificação

À primeira vista, essa frase não é mentira. Quando olhamos para os ETFs mais populares em número de investidores e patrimônio sob gestão (aqui e lá fora), vemos fundos que seguem índices de grandes mercados — Ibovespa, S&P 500, Nasdaq 100.

Quando você investe em índices desse porte, você dilui os riscos de apostar em uma única ação, por exemplo, e aproveita a eficiência do mercado ao acessar diversos segmentos de uma vez só.

Crédito: Reuters

Isso não significa que todo ETF segue essa lógica: para ilustrar com um exemplo recente e bastante extremo, a gestora americana Defiance lançou há poucos dias o ETF ORCX.

O objetivo? Retornar ao investidor o dobro da valorização da ação de uma única empresa, a Oracle, que só em 2024 cresceu 60%. A Oracle é a terceira maior empresa de software do mundo.

Um ETF assim existe para que investidores altamente arrojados possam ter acesso a estratégias de risco sem a necessidade de executar a operação manualmente (o que pode envolver a necessidade de entrar em dívida em busca de retornos tão altos).

A lição? Há ETFs para todos os gostos e essa é parte da potência do investimento: viabilizar diferentes estratégias para diferentes investidores.

Mito #3: ETF no Brasil não paga dividendos

Mais um mito que cai por terra à medida que nosso mercado amadurece. Até pouco tempo atrás, todo ETF brasileiro era de acumulação: os dividendos distribuídos pela Petrobras, por exemplo, eram reinvestidos na cota caso você investisse em um ETF de Ibovespa.

Em um país em que “viver de dividendos” virou um interesse comum para muitos investidores, essa realidade jogava contra os ETFs.

Em 2023, a Nu Asset, gestora do Nubank, lançou o primeiro ETF que paga mensalmente dividendos aos acionistas. Com base no Ibovespa, o NDIV11 utiliza um índice específico para ter exposição às maiores empresas pagadoras de dividendos do IBOV e repassar os lucros para seus cotistas.

Outro exemplo é o SPYI11, da Buena Vista Capital, focado no mercado de ações americano. A diferença aqui é que os dividendos são sintéticos: o dinheiro é de verdade, mas ele não é um repasse de lucros, mas sim o resultado das estratégias permitidas pelo próprio índice, como a venda de opções de compra dos ativos no ETF. Ficou complexo demais? A Buena Vista aprofunda o assunto no blog da B3.

Entre os mais de 100 ETFs listados na nossa bolsa, os exemplos ainda são poucos, mas a indústria está acelerando. Não é exagero acreditar que, logo logo, mais ETFs de distribuição de lucros apareçam por aí.