No mundo dos investimentos, “mais” nem sempre é sinônimo de melhor, em especial quando o assunto são os ETFs. A busca por diversificação pode virar o maior inimigo da simplicidade.

Isso não significa que você deva abandoná-la. Diversificação é um dos mandamentos do investidor inteligente. Ela reduz riscos, suaviza oscilações e torna os retornos mais previsíveis ao longo do tempo. Mas surge uma dúvida que intriga de investidores iniciantes aos já experientes: na hora de alocar, quantos ETFs são o bastante para montar uma carteira equilibrada?

A resposta não está no número, mas na qualidade da exposição. 

Um único ETF amplo, como um fundo que replica o Ibovespa ou um que acompanha o S&P 500, já oferece acesso a dezenas ou até centenas de empresas de capital aberto na bolsa. Ainda assim, concentrar-se em apenas um país, setor ou classe de ativos limita o equilíbrio da carteira.

E é aqui que entra o paradoxo da escolha: quanto mais opções o investidor tem, maior o risco de incerteza. Em vez de facilitar, o excesso de alternativas cria paralisia e o medo de errar impede a tomada de decisão. 

Sair desse entrave não exige uma lista infinita de ETFs. Na prática, poucos ETFs bem escolhidos costumam ser suficientes para alcançar uma diversificação sólida e eficiente.

Veja um exemplo:

  • ETFs de renda variável local (BOVV11, DIVO11) — bolsa local com eficiência; 
  • ETFs de renda variável internacional (SILK11, SPXR11) — ampliação de horizontes;
  • ETFs de renda fixa (IMAB11, IDKA11) — adição do porto seguro da renda fixa;
  • ETFs temáticos (TECK11, GLDI11, BITI11) — oportunidades com descorrelação;

Abaixo, simulo um exemplo para ilustrar uma carteira com os fundos mencionados.

A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros. Os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador, pelo gestor, por qualquer mecanismo de seguro ou pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC. Para mais informações, acesse o site.

Olhando para frente

No fim, diversificar é sobre eficiência, não quantidade. A força de uma carteira vem do equilíbrio entre risco e retorno, e não da soma de produtos. Em investimentos, como em tantas outras áreas da vida, menos pode ser mais: foco, coerência e disciplina tendem a gerar resultados muito mais consistentes do que a busca pela complexidade.

Não deixe de conferir nosso site e o simulador de investimentos em ETFs da Itaú Asset Management.

Renato Eid Tucci atua no mercado financeiro desde 1998. É sócio e Portfolio Manager da Itaú Asset Management. É membro da Câmara de Equities da B3 e conselheiro da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec).