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A queda de juros pode alavancar o investimento em ETFs: confira o que os especialistas do mercado têm a dizer sobre o momento econômico e os fundos de índice.

“ETFs são a evolução natural dos investimentos”: leia a opinião de um veterano dos fundos de índice sobre o futuro dos investimentos na classe.

Os erros ao investir em ETFs que podem arruinar seus ganhos no longo prazo: profissional de investimentos americano explica o que evitar [em inglês].

Quando rebalancear o portfólio?

Essa é uma das perguntas de assunto que surgiu quando comemoramos nossa edição n° 50 há algumas semanas e, na ocasião, rodamos uma enquete de feedbacks.

Quem investe em ETFs com uma visão de longo prazo e de diversificação inevitavelmente encontra, seja por conta própria ou com a ajuda de um profissional, uma forma ideal de dividir a torta: quantos % dedicar a diferentes classes de ativos que podem ser acessados por meio de fundos negociados na bolsa.

A descoberta dessa fórmula não pode ser generalizada. Ela depende de fatores como perfil de risco, idade e até mesmo preferências como optar ou não por ETFs que distribuem dividendos e escolher alocar todo o seu patrimônio em ETFs ou não.

Imagine um investidor que se sente confortável com seu patrimônio em ETFs distribuído em 50% em um ETF de S&P 500, 40% em um ETF de Ibovespa e 10% em um ETF de Bitcoin. A renda fixa está atrelada a outros produtos na vida desse sujeito, então ela fica de fora do nosso exercício mental.

Com o tempo, a porcentagem de cada classe pode variar. O Bitcoin dispara, o Ibovespa despenca, o S&P 500 avança. No balanço geral, o patrimônio pode estar crescendo, mas o portfólio não corresponde mais à volatilidade com a qual o investidor se sente confortável.

Rebalancear é uma opção que você tem para respeitar sua tolerância ao risco e sua alocação estratégica, sem ficar refém de decisões abruptas movidas por pânico ou euforia.

Os caminhos mais comuns para rebalancear

Com um patrimônio mais robusto, seus aportes mensais recorrentes talvez não deem conta de voltar à sua distribuição ideal. Para isso, existem duas sugestões comuns de rebalanceamento.

- Estabelecendo uma data fixa para seus movimentos: você pode definir uma recorrência para ajustar nos seus investimentos. É quando você sentará para resgatar parte do patrimônio de ativos que estão acima do planejado e investir naqueles que perderam espaço. Como resgates envolvem custos, é importante que você não faça movimentos desnecessários. Uma revisão anual pode ser o suficiente (e aliviar você de olhar toda hora sua carteira).

- Definindo uma margem de desvio tolerável: com um olhar mais próximo ao seu portfólio, você pode determinar o quanto tolera que as diferentes classes saiam da alocação desejada. Olhando para nosso investidor hipotético, seu objetivo é manter 10% em um ETF de Bitcoin, com tolerância de ±5%. O investidor entra em ação quando a fatia fugir dessa margem.

Vale lembrar…

Esses são alguns insights de quem investe e interage com outros investidores. Não dispense a opinião de um profissional.

Além disso, a alocação ideal para o seu perfil pode mudar. Afinal, objetivos mudam e crenças em teses de investimento também.

Adeus, América!

A simplicidade de investir em ETFs não pode deixar você desatento a alguns princípios básicos de investir. Um deles é o cuidado com a multiplicação de risco.

Fizemos essa reflexão há menos de um mês, ao abordar a estratégia de investir em ETFs de ações globais e como, em muitos casos, os pesos pesados acabam sendo os mesmos que carregam os ETFs voltados apenas para Wall Street. Ao fim do conteúdo, nos perguntamos: “será que alguma gestora brasileira está de olho em lançar um ETF global ‘ex-EUA’?”

A Buena Vista, pelo jeito, já estava preparando algo semelhante (não exatamente igual, mas com um espírito semelhante de descorrelação). Na semana passada, a gestora lançou o GDIV11 na B3, um ETF construído para acompanhar 21 empresas de países desenvolvidos...

Tirando os EUA e o Canadá.

A inspiração do novo produto é o ETF IEFA, um fundo americano da BlackRock que, em 2025, rendeu 25,6% até então. Entre as principais posições do IEFA estão companhias como Nestlé, Novartis, HSBC, Mitsubishi e Shell.

Renda recorrente: o tempero da Buena Vista

Como em diversos outros ETFs, a Buena Vista lançou o GDIV11 com distribuição mensal de renda por meio de dividendos sintéticos. Explicamos há alguns meses, mas vale retomar: um dividendo sintético, em vez de sair “naturalmente” do lucro e do capital das empresas envolvidas no índice, é o resultado de ganhos adquiridos em negociações feitas pelo gestor do ETF, como o trade de opções.

O novo ETF da Buena Vista possui taxa global de 0,83%. Além disso, os dividendos têm 15% de impostos retidos antes da distribuição.

De olho no índice 👀

As cinco maiores posições do S&P 500 hoje correspondem a 30% do índice. A ação da Nvidia equivale ao peso das 224 menores empresas do S&P 500 juntas, como a imagem abaixo demonstra.

A ilustração vem da reportagem em vídeo da CNBC que reflete sobre o impacto da inteligência artificial no principal índice de ações em Wall Street. Recomendamos o play. Clique aqui para assistir [conteúdo em inglês].